sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Entre imputs e bits

Urge viver cada minuto intensamente
porque tudo é breve e pede urgência.
Especialmente no mundo do espaço cibernético.
São tantos imputs e tantos bits
a exigir de nós milhões de mbps.
Troco tudo isto por um fim de tarde
com um belo por do sol
e um belo vinho.
Ah, claro, você seria essencial.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

QUERENDO OUVIR


O silêncio é de ouro.
Mas o pensamento é eloquente,
fala pelos cotovelos,
espreita nas entrelinhas do olhar que fala e se cala.
Olhar verdejante a penetrar a alma,
sem palavras e com barreiras,
diz mais do que se pronunciasse
mistérios e histórias desconhecidas, 
pelo menos em parte.
Cala-me, enfim, com teu beijo quente.

sábado, 3 de abril de 2010

RITMO DE VIDA

Quem nunca sentiu um vazio apesar de andar cheio de coisas por fazer?
Quem nunca experimentou uma sensação de estranhamento num lugar tão conhecido?
Quem nunca ficou perdido quando todos acham que você já se achou?
Quem nunca sentiu ou viveu nada disso
não sabe o quanto podemos crescer nesses momentos de dúvidas e de questionamentos...
às vezes, para muitos, viver é apenas estacionar a vida no que pensamos ser um lugar seguro.
Prefiro surfar mares agitados, escalar montanhas, caminhar por trilhas desconhecidas...
assim, a vida se renova a cada dia.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

AMARAL, O IMORTAL

A Academia Sergipana de Letras experimenta um ar de liberdade poética e cultural com a eleição do poeta e jornalista Amaral Cavalcanti.
                Como poeta, e jornalista que fui, fiquei muito feliz com a chegada do poeta simãodiense ao sodalício das letras, artes e ciências do nosso Estado, sem demérito para os concorrentes.
                O bardo de Simão Dias tem uma história de resistência das letras e da poesia no período mais difícil, onde o mimeógrafo e os jornais alternativos eram os únicos veículos que divulgavam as idéias e os pensamentos da geração dos anos 70.
                Sou testemunha da luta para se manter o alternativo “Folha da Praia” que na aparência despretensiosa e até escrachada para a moral da época veiculava os membros de uma resistência que não aceitava a censura e nem a arte bajuladora do regime ditatorial.
                Lembro da forma aberta e carinhosa como o poeta Amaral Cavalcanti recebia os novos poetas e jornalistas que colaboraram com a Folha, muitas vezes levei à redação meus poemas de iniciante e meus textos como jornalista que iniciava a faina na imprensa local.
                O poeta Amaral Cavalcanti também foi um agitador cultural e venceu todas as barreiras da província para viver da forma que escolheu: livre, como os poetas devem viver. E a sua atitude de vanguarda, pós-modernista e ao mesmo tempo consciente do seu papel na cultura foi um incentivo para que não se permanecesse na mesmice e se buscasse todas as possibilidades da palavra para expressar o sentido poético que se almeja.
                Amaral é fruto de uma geração poética sergipana fantástica, a exemplo de Núbia Marques, Carmelita Fontes, Gizelda de Moraes e tantos outros.
                A eleição do poeta Amaral Cavalcanti é um verdadeiro resgate do sentido da arte e da sua finalidade, debate que fascina a filosofia desde os antigos gregos e que permanece atualizadíssimo.
                Eu devia, por dever de ofício, registrar este momento ímpar e homenagear o poeta imortal Amaral Cavalcanti, parceiro de vários saraus modernos em templos nunca dantes navegados a não ser por obra e graça de Baco.
                A Academia está mais contemporânea com a chegada do bardo de Simão Dias.