segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

AMARAL, O IMORTAL

A Academia Sergipana de Letras experimenta um ar de liberdade poética e cultural com a eleição do poeta e jornalista Amaral Cavalcanti.
                Como poeta, e jornalista que fui, fiquei muito feliz com a chegada do poeta simãodiense ao sodalício das letras, artes e ciências do nosso Estado, sem demérito para os concorrentes.
                O bardo de Simão Dias tem uma história de resistência das letras e da poesia no período mais difícil, onde o mimeógrafo e os jornais alternativos eram os únicos veículos que divulgavam as idéias e os pensamentos da geração dos anos 70.
                Sou testemunha da luta para se manter o alternativo “Folha da Praia” que na aparência despretensiosa e até escrachada para a moral da época veiculava os membros de uma resistência que não aceitava a censura e nem a arte bajuladora do regime ditatorial.
                Lembro da forma aberta e carinhosa como o poeta Amaral Cavalcanti recebia os novos poetas e jornalistas que colaboraram com a Folha, muitas vezes levei à redação meus poemas de iniciante e meus textos como jornalista que iniciava a faina na imprensa local.
                O poeta Amaral Cavalcanti também foi um agitador cultural e venceu todas as barreiras da província para viver da forma que escolheu: livre, como os poetas devem viver. E a sua atitude de vanguarda, pós-modernista e ao mesmo tempo consciente do seu papel na cultura foi um incentivo para que não se permanecesse na mesmice e se buscasse todas as possibilidades da palavra para expressar o sentido poético que se almeja.
                Amaral é fruto de uma geração poética sergipana fantástica, a exemplo de Núbia Marques, Carmelita Fontes, Gizelda de Moraes e tantos outros.
                A eleição do poeta Amaral Cavalcanti é um verdadeiro resgate do sentido da arte e da sua finalidade, debate que fascina a filosofia desde os antigos gregos e que permanece atualizadíssimo.
                Eu devia, por dever de ofício, registrar este momento ímpar e homenagear o poeta imortal Amaral Cavalcanti, parceiro de vários saraus modernos em templos nunca dantes navegados a não ser por obra e graça de Baco.
                A Academia está mais contemporânea com a chegada do bardo de Simão Dias.

2 comentários:

  1. Anselmo, parabéns pela homenagem nessa postagem. Sem dúvida a irreverência de Amaral vai oxigenar ASL. Abraços.

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  2. Simplesmente incrível. Parabéns!!!!!!!!

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